Assim caminhamos...
A esperar o amor
A ler e a reler o ócio do sistema que nos aflige
Trancamos as janelas da dor
Para fantasiar a vida com os laços desfeitos
E a conviver com um amanhã de incertezas
A passos largos, sob um céu de promessas, a beber com as estrelas
Assim caminhamos...
A engolir banalidades e acreditar nas cidades vazias
Talvez porque tudo é progresso, é veloz e feroz e temos que competir,
pelas regras impostas - mesmo com os olhos vendados...
Depois de um dia inteiro, sem tempo pra estancar
os olhos precipitados da infância descalça
que atravessa os sinais, implorando esmolas
Da juventude atordoada, e da velhice esquecida...
Voltamos para casa, como trapezistas de um circo transformado
E assim vamos tropeçando nos absurdos inventados pelos ideais
corrompidos, por vaidade ou covardia...
Reinventamos crenças, e reviramos as gavetas, procurando as
gravatas sem remorsos
Questionamos, sem querer realmente saber as respostas
Estamos sempre com a livre consciência que se submete e cala
E artificialmente paralisados, vamos abrindo mão da nossa essência
Nos disfarçamos dentro de tudo, em meio a todos,
para nos sentirmos vivos!
E cansados, inevitavelmente não conseguimos fugir
E assim fingimos que nos acostumamos
Sem ao menos uma pausa -
Caminhamos como equilibristas
Antes e depois: Da transversal do fim!
Alba Simões
Excelente texto, o que somos se não um subproduto de uma sociedade capitalista que cultua o ter ao invés do ser, somos regidos por ideias e conceitos totalmente vazios e equivocados. Somos gado no abatedouro lutando para sobreviver, ao invés de cavalos selvagens correndo livremente pelo campo, alias somos não, pq o homem deixou ser a muito tempo, ele só esta e nada mais.
ResponderExcluirAbraços
E assim passamos a vida correndo sem mesmo saber o porque. Nosso bem maior, a vida está em nossas mãos, importante essa reflexão. Abraços
ResponderExcluir@Marcos Mariano
ResponderExcluirMuitíssimo obrigada por prestigiar o texto!
Talvez porque nem sempre somos flores, e justamente escrevi este texto com os meus espinhos...
Mas como sou brasileira, eu não desisto...
Acredito que as pessoas gostam de ler poemas belos e recheados de metáforas bem construídas. É óbvio que também prefiro ler e escrever o lado positivo das coisas, mas metade de mim também se faz de desilusão e por isso meu protesto...
Ao menos é um desabafo.
A alma fica mais leve!
Grande abraço
ResponderExcluir@Paulo Sotter
Concordo plenamente, temos o controle de nossas vidas.
E a total liberdade de escolher entre correr contra a corrente, ou nadar de acordo com tudo aquilo que nos é imposto.
Muito obrigada pela presença e comentário!
Grande abraço