07/12/2011

Achamos

Achamos um quarto e lá nos instalamos
com medo de denunciar o resto. 
Rosto desaparecido pela corrupção
ou pelo que você achar melhor. 
A mania de cinema
o prazer de jogar as pernas pra frente
e dizer tudo que vem na mente. 
Porque não sentes, mais do que pensas?
Não sei. 
O prazer de se jogar na cama e de se amar, amar, amar
até adormecer casadamente feliz. 
Dois corpos tornam-se um
um corpo torna-se meio
meio corpo torna-se uma partícula mínima de verdade. 
E o peso é a sensação de estar numa biblioteca de loucos
onde se aprende tudo por osmose. 
As mesas escassas
as pessoas descalças
pisando naturalmente, 
amando os parques jamais conhecidos
nem tão pouco reais. 
De repente
um vento forte derruba tudo. 
E um céu cor de rosa penetra no meu coração cansado
como aqueles castigos que dão na escola quando a gente não
quer fazer a lição.
Prometo não desobedecer à escola.
nem ao professor
louco e descalço
rouco e esfarrapado
que me assustou
que me afugentou
que me quis...

Hoje
quero o último canto
e num barco azul entrar
ultramarinhamente no mar dos eus soltos e livres
e com a minha mente somente transparente,
saber de todos os cantos
de todo este poder oculto.
Até ao azul morrer...

  Autora: Fernanda Villas Boas

3 comentários:

  1. Anônimo12:28

    Muito sincera a poesia.

    Ainda bem que os castigos na escola não existem mais.

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  2. Belo poema, Alba! Adorei sua visita. Obrigada pelas gentis palavras.

    Beijoo =*

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  3. Belo, belo, belo!
    O cansaço cansa...rsrsrs
    Adorei, tudo.
    Beijo querida amiga.

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