Da Folha de S. Paulo
Virginia Woolf nasceu em Londres, em 1882. Filha de um editor, Sir Leslie Stephen, ela recebeu uma educação esmerada, freqüentando desde cedo o mundo literário.
Em 1912, casa-se com Leonard Woolf, com quem funda, em 1917, a Hogarth Press, editora que revelou escritores como Katherine Mansfield e T.S. Eliot.
Fez parte do grupo Bloomsbury, círculo de intelectuais sofisticados que, passada a I Guerra Mundial, investiria contra as tradições literárias, políticas e sociais da era vitoriana.
As primeiras obras de Virginia Woolf foram The Voyage Out (1915) e Noite e Dia (1919). Em Mrs. Dalloway (1925), Virginia Woolf emprega recursos narrativos inovadores para retratar a experiência individual. O mesmo ocorre com Rumo ao Farol (1927).
Em 1928, publica Orlando, fantasia histórica que evoca com brilho e humor a Inglaterra da era elizabetana. Nesse período, Woolf faz as famosas conferências para estudantes dos grandes colégios femininos de Cambridge, nas quais mostra sua verve feminista.
Em 1931, publica As Ondas, uma de suas obras mais importantes. Seis anos mais tarde, lança Os Anos.
Toda a vida de Virginia Woolf foi dedicada à literatura. Em 1941, vítima de grave depressão, ela se suicida, deixando considerável número de ensaios, extensa correspondência e o romance Entre os Atos (1941 )
Síntese:
Virginia Woolf foi uma das principais inovadoras da prosa inglesa no século 20.
A partir do romance O Quarto de Jacob (1922), a autora começou a desenvolver um estilo próprio, baseado no fluxo da consciência e no tempo psicológico. Nesse sentido, Rumo ao Farol, de 1927, é uma de suas obras mais bem realizadas.
A partir de uma temporada de verão nas ilhas Hébridas (Escócia), a família Ramsay e seus convidados rememoram situações do passado, em que se misturam questões íntimas e banais, como o passeio de barco a um farol próximo, com os fatos traumáticos da 1ª Guerra Mundial.
"Um dos poucos livros desta espécie que está cheio de bom e legítimo amor, mas também, a seu modo feminino, de ironia, de tristeza informe e de dúvida real", disse o crítico Erich Auerbach.
Amiga de E.M. Forster, Lytton Strachey e John Maynard Keynes -que integravam o célebre "grupo de Bloomsbury"-, Virginia Woolf reconstituiu ficcionalmente, neste livro, muitas das experiências e sensações partilhadas com sua geração de intelectuais e artistas.
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