Nietzsche, o criador do super-homem.
Chega-se por fim a idéia do super-homem (Übermensch) de Nietzsche, que também constituiu-se numa formidável tentativa intelectual do idealismo e da metafísica alemã (já presente no "Fausto" de Goethe, e no "Ich!" de Fichte) em dar sua contribuição para a construção desse novo indivíduo que, para o pensador, certamente emergiria no vindouro. Ele é pois um amalgama e também uma síntese das idealizações anteriores. Porém o super-homem nietzscheano não esboça nenhuma ação para prover as multidões, nem vem para libertá-las de regimes injustos e opressores. É um egocêntrico, que, ao contrário do herói niilista, irá tentar opor-se às multidões, às massas. Ele se identifica com a força e com a soberba e não com o desvalimento e a tibiez. Com o punho duro, fechado, que brada uma exigência ou uma ameaça, e não com a mão trêmula e arqueada do pedinte. Ele é corpóreo, é sensual, ama a vida e fascina-se pelo domínio, de si e o que exerce sobre os outros. Quer ser grande, quer ser reconhecido, pois "o mundo gira em torno dos inventores de valores novos: gira invisivelmente; mas em torno do mundo giram o povo e a glória; assim anda o mundo".
As novas tábuas do super-homem
Despreza a religião cristã, com seu Deus morto, cuja ética ele considerou uma espiritualização da antiga casta dos sacerdotes que se juntou à fraqueza, à pobreza e à covardia da gente comum. O Cristianismo é uma teologia de ressentidos, uma fé de enfermos e de desgraçados. Liberto das cangas pesadas e inibidoras da moralidade cristã e burguesa em que foi educado e formado, o super-homem, seguramente, irá forjar "com companheiros que saibam afiar a sua foice" uma nova moralidade. Habitando "a casa da montanha" ou a floresta, incessantemente superando a si mesmo, altivo como a águia e astuto como a serpente que acompanham Zaratustra, o seu anunciador, ele, com seus colaboradores, chamados de "destruidores e desprezadores do bem e do mal", inscreverá "valores novos ou tábuas novas". Ele é o devir a ser, ele é o futuro.
As características do super-homem
Como se reconhece Pela personalidade extraordinária e pelo caráter forte, inquebrantável. Não pelo nascimento nem pela educação, mas pela inequívoca presença e fascínio que exerce sobre os demais. Por sua olímpica arrogância.
Onde ele se encontra No futuro, no devir a ser, ele trará as novas tábuas não mais presas aos conceitos do bem e do mal
Qual a sua morada A casa da montanha, os altos picos, acompanhado pela águia e pela serpente, bem distante da moralidade convencional e do cristianismo
Quais as leis que obedece As que ele mesmo faz. O super-homem é o legislador de si mesmo e o autor das suas próprias e exclusivas regras
O que ele ama O seu corpo, do qual não tem vergonha. Ele se exibe, se mostra, aceita a sensualidade como natural e não tem a mínima idéia do que é ou representa o pecado. A vida é proliferação e exuberância, é domínio, amor e crueldade. Em seguida a isso, ama os valentes, os corajosos, os que dizem sim a vida, os audazes que não se prendem aos limites e não temem o desconhecido.
Quais são seus inimigos Os sacerdotes, os pregadores da morte, seres vingativos que detestam a vida e veneram o além. O cristianismo com sua moral de escravos, de gente impotente e ressentida com a vida.
O que ele detesta A canalha, o populacho, porque envenena tudo o que toca. O seu sentimentalismo mela tudo, tem bocarra grotesca e sede insaciável. Chega a duvidar que a vida tenha a necessidade deles. Não tem consolo para o corcunda, para o doente, para o fraco e covarde. Quer que eles desapareçam, que sumam.
A idéia de igualdade defendida pelos democratas e pelos socialistas. O injusto é tentar fazer iguais os desiguais.
Aiaiai, o que um cristão pode falar dele... rsrs
ResponderExcluirMas acho que nada precisa ser dito, ele por si só se define, e define o homem que ele é e pensou ser.
Achei muito bom este post.
Não poderia terminar sem comentar, Jesus Cristo também se define por si só, e acho que as pessoas são bem inteligentes pra ver a diferença. hehe
Abraços.